o MeU eU e Os OuTrOs EuS (eL mEu Jo I eLs AlTrEs JoS)

abril 10, 2008


-História de Matilde e Gonçalo -
seguimento do post anterior

"Será que ainda me resta tempo contigo? (...) Será que soube dar-te tudo o querias? (...) Será que fiz tudo o que podia fazer? (...) Será que a tua pele ainda é macia? (...) Será que te lembras da cor do olhar quando juntos a noite não quer acabar? (...) Será que sentes esta mão que te agarra, que te prende com a força do mar contra a barra?(...) Será?"


Versos de uma letra que após 10 anos ainda o emocionam e arrepiam. Palavras que construíram uma bonita história de amor. Um amor vivido na sua forma mais pura. O amor de Matilde e Gonçalo.


"A minha vida deu muitas voltas. Tudo parece girar a uma velocidade alucinante." Assim escrevia Gonçalo numa carta a uma velha amiga. Contra tudo o que poderia esperar e quando já havia abraçado um outro destino, surgiu Matilde. Uma adolescente que, como ele, fazia parte de um grupo de jovens à procura de ocupação para os tempos livres. Limpar as praias e promover a separação do lixo era a missão que lhes estava destinada.


Naquela manhã, enquanto subia as escadas que o levariam ao Salão Nobre questionava como seria esta nova experiência. É então, que repara em M. sentada elegantemente num banco, ao cimo das escadas. Distraído pela sua encantadora postura, não calcula a altura do próximo degrau e cai, conquistando-a desde logo. Uns minutos mais tarde, sentados lado a lado, escolhem a praia onde iriam trabalhar e ainda nesse mesmo dia, voltam a encontrar-se. Por coincidência ou obra do destino, descobrem ser vizinhos, ainda que em nenhum momento anterior, se tivessem cruzado nos caminhos um do outro.


Os encontros diários e as idas em conjunto para o novo trabalho fazem nascer uma cumplicidade que se traduz passado poucos dias no esperado primeiro beijo. Um beijo torpe, com sabor a maçã, leite com chocolate e maresia.


A este seguiram-se muitos mais e foi precisamente, entre beijos, sorrisos, abraços e caminhos percorridos de mão dada, que assistaram ao passar das horas que naturalmente deram lugar aos dias até completarem o primeiro mês. Na noite em que o festejavam, o amor de Matilde e Gonçalo seria pela primeira vez posto à prova. M. teria que encaixar e aceitar um outro lado de G. Um lado que, segundo ele, faria agora parte do passado, mas que teria que ser tido em conta, uma vez que poderia vir a perigar esta paixão que sentiam. Pondo de lado medos e fantasmas, e movida pela sinceridade e coragem que G. havia demonstrado, M. decide investir na construcção deste amor. Afinal eram jovens, amavam-se e acreditavam que nada, nem ninguém poderia destruir este sentimento que os unia e aproximava cada vez mais.


Os próximos meses foram de amor e partilha. Meses em que entregaram sem reservas aquilo que tinham de mais precioso: os seus corpos e almas. Com o passar do tempo o repertório das músicas que serviam de banda-sonora desta bonita história, foi aumentando. E, pouco a pouco, iam chegando novos sons, canções que espelhavam a inocência e a descoberta de novas sensações, a aprendizagem de um dia a dia partilhado e acima de tudo as incontáveis promessas de amor eterno. Quando estavam juntos o mundo parava, não existiam as obrigações escolares, a preocupação da entrada na faculdade, a família, o passado ou o futuro...apenas viviam o presente, inebriados por um sentimento puro, que esperavam nunca ter fim.

(foto tirada da net)


( continua...)

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