o MeU eU e Os OuTrOs EuS (eL mEu Jo I eLs AlTrEs JoS)

janeiro 10, 2005

“As luzes dos candeiros começam a avivar a cidade e acendem-se uma após uma, como que indicando o caminho que devemos percorrer.
Seguimos juntos, abraçados, pois o frio é imenso... o vento volta a uivar, agitando os ramos das árvores fazendo-os ranger...ouvem-se metais a chiar...são os baloiços do jardim e as tabletas das lojas antigas da arcada, outrota abertas e com imenso movimento...hoje são meros armazéns de velharias e objectos usados, raros e alguns com histórias de encantar por contar...paramos numa das vitrines e olhamos todo aquele espólio maravilhoso, quase mágico, na sua maioria elaborados a partir de madeiras exóticas e de ferro forjado habilmente trabalhados por mãos artesanais. O meu pensamento prende-se por aí...pelas mãos...pelas tuas mãos!
Desenlaço o elo que nos tem mantido unidos desde o início...os teus olhos murcham de repente...o teu rosto fecha-se...mas eu...sereno, calmo apesar desta paixão me consumir desenfreadamente por dentro, devolvo-te o brilho ao rosto quando descalço a luva e peço-te: "- Dá-me a tua mão! Vem voar comigo! Quero partilhar o meu céu contigo!"

R.E.