Lisboa infectada com o vírus Cusquissus

São já meia dúzia o número de trabalhadores em quarentena

O alarme soou esta manhã em três das principais empresas da capital. O resultado positivo das análises efectuadas pelo Instituto de Medicina Tropical a uma amostra significativa de trabalhadores veio confirmar o temido: a perigosa estirpe do vírus Cusquisus chegou à capital e veio para ficar.

Segundo fonte fidedigna do "meu eu e os outros eus", ainda não existe um antídoto capaz de erradicar os efeitos da virose. Os sintomas, no entanto, são flagrantes e não deixam margem para dúvidas".

Comportamentos alterados, curiosidade fora do normal, questões sucessivas como: "porque te estás a rir?", "para onde estás a olhar?" e " o que estás a fazer?", são apenas alguns dos sintomas iniciais experienciados por Inixion na empresa onde é sócio-gerente. "Há uns dias para cá cheguei mesmo a despedir uma funcionária, tal era a inconveniência das questões que me colocava. Agora temo que já estivesse infectada pelo cusquissus."

Já Tong, que preferiu manter o anonimato, contou-nos o pânico que viveu esta manhã na empresa onde trabalha. "Estava concentrado no meu trabalho quando me senti observado de uma forma bastante intensa. Ao olhar para o lado, apanhei o que foi talvez o maior susto da minha vida: do ouvido da minha colega saía um corpo ocular que se projectava em direcção ao meu monitor. Tentei reagir mas senti que não era a única neste estado. Vários colegas apresentavam o mesmo corpo estranho que escrutinava insistemente os monitores vizinhos. Levantei-me e corri até me sentir a salvo".

Relatos como este estão a chegar todos os minutos à nossa redacção. Tentámos até à hora de fecho obter declarações das instâncias governamentais, mas o silêncio impôs-se.

Thiago Galante