o MeU eU e Os OuTrOs EuS (eL mEu Jo I eLs AlTrEs JoS)

agosto 11, 2006

Hoje recebi este email de divulgação de texto publicado no blogue Fauna Ibérica (http://faunaiberica.blogspot.com) de autoria de Miguel Barbosa e quero partilhá-lo com vocês:

O fim da Mata do Ramiscal


Hoje é um dia particularmente triste para a Conservação da Natureza em Portugal. Uma das poucas florestas autóctones que ainda existiam no nosso país, a Mata do Ramiscal, integrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, foi na sua maior parte destruída pelo fogo. Enquanto escrevo estas linhas (noite de 10 de Agosto) Azevinhos (Ilex aquifolium) centenários são consumidos pelas chamas.
O Vale do Ramiscal é um vale remoto do Alto Minho com cerca de 10 quilómetros de extensão que se dispõe no sentido Este-Oeste. A maior parte da sua área está protegida legalmente pelo máximo estatuto de protecção ambiental, o de Parque Nacional.
A Mata do Ramiscal estendia-se ao longo da margem esquerda do rio e era formada sobretudo por exemplares de Carvalho-alvarinho (Quercus robur ) de grande porte e pelos supra-citados azevinhos.
Neste local deambulava o Lobo-ibérico (Canis lupus signatus), a Águia-real (Aquila chrysaetos ) cruzava assiduamente os céus e o Gato-bravo (Felis silvestris) refugiava-se no mais espesso do bosque.
Seria difícil encontrar uma maior diversidade e riqueza natural no nosso país.
Nos últimos dois dias tudo isto desapareceu! A Mata do Ramiscal morreu! O solo carbonizado estende-se do rio até ao ponto mais alto da Serra do Soajo.
A Natureza lusa está de luto, o Parque Nacional da Peneda-Gerês nunca mais será o mesmo, a minha tristeza é imensa...
:-(