História de A.
(conclusão)
(conclusão)
As imagens do passado eram como fantasmas que criavam um vazio que jamais conhecera. Não paravam de chegar e partir, conseguindo manchar todas as possibilidades presentes e futuras de uma nova história de amor.
Cada vez que passava pela esquina onde, a altas horas da noite, deram o primeiro beijo, vigilados pelas almas expiadas daquele templo, sentia como se um pedaço de si fosse arrancado, para nunca mais voltar a ser preenchido.
Essa era apenas uma das recordações que para sempre ficariam tatuadas nos vales do seu eu, mas com as quais não poderia continuar a viver, já que alimentavam falsas esperanças, falsas expectativas.
Era altura de aceitar que os seus passos caminhavam agora em direcções opostas. Assim como a heroína de um filme que viram juntos, ao partir em busca de um amor que perdera, não foi bem sucedida, o mesmo passaria com B.
Por mais que sentisse que aquele que sempre esperara estava à sua frente, não o podia obrigar a desempenhar este papel, mesmo depois de ter feito tudo aquilo que estava nas suas mãos.
O amor que sentia sobrevivera ao "não" inicial e a todos os avanços e recuos de A. Ainda assim e apesar de não ter sempre o retorno do que oferecia, B. não desistira.
Depois deste reencontro B. tomou uma decisão. Abandonaria os cenários imaginados e enfrentaria a realidade. Esperar não era o mais acertado. Mesmo não tendo sido fechadas quaisquer portas, mesmo sabendo que um dia havia sido plantada uma semente que naturalmente havia crescido e dado lugar a uma bonita árvore.
Estes eram os pensamentos que acompanhavam os seus passos quando se deu conta, de já estar em frente ao mesmo templo onde tantas vezes esperou e suspirou pelo amor de A. Nesta altura, senta-se, respira fundo, coloca a mão no bolso e abre o papel que A. lhe havia entregado no final da noite.
"Querido Bruno,
Apesar de todos os meus silêncios, quero que saibas que és muito especial e que nunca menosprezei todo o amor que me deste. Um dia planeámos fugir juntos, para bem longe desta vida por outros desenhada. Sonhámos em pintar os nossos próprios quadros, em esboçar o nosso próprio mundo. Não o chegámos a fazer, talvez por cobardia, talvez porque que não era a altura. Quando leres esta carta ja estarei a caminho desta cruzada. Irei só, mas levar-te-ei sempre comigo. Não esquecerei a tua espontaneidade, o teu sorriso e os teus abraços que tantas vezes me impediram de cair no precipício. Estou certo que não te esquecerás de mim e entenderás a minha decisão. Um abraço dos nossos, Alexandre."
Cada vez que passava pela esquina onde, a altas horas da noite, deram o primeiro beijo, vigilados pelas almas expiadas daquele templo, sentia como se um pedaço de si fosse arrancado, para nunca mais voltar a ser preenchido.
Essa era apenas uma das recordações que para sempre ficariam tatuadas nos vales do seu eu, mas com as quais não poderia continuar a viver, já que alimentavam falsas esperanças, falsas expectativas.
Era altura de aceitar que os seus passos caminhavam agora em direcções opostas. Assim como a heroína de um filme que viram juntos, ao partir em busca de um amor que perdera, não foi bem sucedida, o mesmo passaria com B.
Por mais que sentisse que aquele que sempre esperara estava à sua frente, não o podia obrigar a desempenhar este papel, mesmo depois de ter feito tudo aquilo que estava nas suas mãos.
O amor que sentia sobrevivera ao "não" inicial e a todos os avanços e recuos de A. Ainda assim e apesar de não ter sempre o retorno do que oferecia, B. não desistira.
Depois deste reencontro B. tomou uma decisão. Abandonaria os cenários imaginados e enfrentaria a realidade. Esperar não era o mais acertado. Mesmo não tendo sido fechadas quaisquer portas, mesmo sabendo que um dia havia sido plantada uma semente que naturalmente havia crescido e dado lugar a uma bonita árvore.
Estes eram os pensamentos que acompanhavam os seus passos quando se deu conta, de já estar em frente ao mesmo templo onde tantas vezes esperou e suspirou pelo amor de A. Nesta altura, senta-se, respira fundo, coloca a mão no bolso e abre o papel que A. lhe havia entregado no final da noite.
"Querido Bruno,
Apesar de todos os meus silêncios, quero que saibas que és muito especial e que nunca menosprezei todo o amor que me deste. Um dia planeámos fugir juntos, para bem longe desta vida por outros desenhada. Sonhámos em pintar os nossos próprios quadros, em esboçar o nosso próprio mundo. Não o chegámos a fazer, talvez por cobardia, talvez porque que não era a altura. Quando leres esta carta ja estarei a caminho desta cruzada. Irei só, mas levar-te-ei sempre comigo. Não esquecerei a tua espontaneidade, o teu sorriso e os teus abraços que tantas vezes me impediram de cair no precipício. Estou certo que não te esquecerás de mim e entenderás a minha decisão. Um abraço dos nossos, Alexandre."
B. levanta-se percorre pela última vez o jardim de tantos encontros e desencontros e entre soluços e suspiros começa a cantar:
"Una casa en el cielo
Un jardin en el mar
Una alondra en tu pecho
Un volver a empezar
Un deseo de estrellas
Un latir de gorrion
Una isla en tu cama
Una puesta de sol
Tiempo y silencio
Gritos y cantos
Cielos y besos
Voz y quebranto
Nacer en tu risa
Crecer en tu llanto
Vivir en tu espalda
Morir en tus brazos"
"Una casa en el cielo
Un jardin en el mar
Una alondra en tu pecho
Un volver a empezar
Un deseo de estrellas
Un latir de gorrion
Una isla en tu cama
Una puesta de sol
Tiempo y silencio
Gritos y cantos
Cielos y besos
Voz y quebranto
Nacer en tu risa
Crecer en tu llanto
Vivir en tu espalda
Morir en tus brazos"
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