História de Laia (continuaçao 1)
Andreu não sabia o que fazer. Sentia-se mais perdido que nunca. Laia estava nos seus braços completamente inerte. Que lhe teria acontecido? Por pior que fosse o seu aspecto, depois de uma tempestade no mar, nada justificava o susto que lhe tinha provocado, ao ponto de que esta desfalecesse e caísse no mais profundo dos sonos. De qualquer forma, estava de mãos e pés atados, pois a névoa cobria toda a praia, impedindo-o de mover-se, fosse para onde fosse e o cansaço era tanto que perdera a noção do tempo, acabando por adormecer com o passar das horas.
Quando foi despertado pelos primeiros raios de sol, descobriu que a névoa já se levantara, sem deixar qualquer rastro. O mesmo pensava ter acontecido com a bela jovem que encontrara na noite anterior. Foi então que leu, escrito na areia: "Carrer d'Albert del Castillo, nº 4, ass: Laia". Decide rumar em direcção às casas de pescadores tentando não esquecer a morada, já que aquele nome jamais conseguiria apagar da sua memória. O mesmo passaria com a intensidade do olhar que naquela noite o havia enfeitiçado.
Ao chegar às primeiras casas deparou-se com um silêncio pouco usual para aquela hora da manhã. As ruas que percorria estavam tão desertas que podia sentir os próprios passos. Quando estava seguro de se encontrar numa vila fantasma, reparou num bar aberto, de onde saía um ligeiro odor a café.
- O que faz por aqui?- perguntou uma senhora com cara de poucos amigos, que deveria rondar os 60 anos.
-Procuro o Carrer Albert del Castillo...pode ajudar-me?
- Por que demónios, procura essa rua? Se aí não há mais que quatro casas onde já não mora ninguém? Não me diga que é desses que vem da cidade...e....melhor esquecer, aqui nada está à venda!!
-Esteja descansada, venho em missão de paz, apenas quero cumprimentar uma pessoa amiga...
Pensou explicar-lhe o que o levara até ali, mas optou por pedir-lhe uma cerveja fresca e ignorar a má disposição desta anfitriã. Ao sair deixou-se levar pelo instinto, buscando em cada placa sinais do paradeiro da inquietante jovem. Após algumas horas deambulando pelo labirinto de ruas estreitas, foi surpreendido por um simpático rapaz que ofereceu-se para guiá-lo. Quando lhe perguntou se conhecia Laia, o rapaz ficou sério e bombardeou-o com uma série de perguntas, adoptando uma postura bastante mais agressiva.
- Laia? Como a conheces? E o que queres dela? Mas, afinal de contas, quem és tu?
- Não sei se estamos a falar da mesma pessoa....mas, posso dizer-te que é uma história um pouco curiosa, digamos que ontem quando atraquei perto da praia, Laia foi a única pessoa que encontrei no meio de toda aquela névoa...
-Ah! Então era contigo que ela estava. Que lhe fizeste, meu f....da...p....??? - perguntava o rapaz que momentos antes parecia ser a mais pacífica e dócil criatura.
- Tem calma. Deixa-me explicar...além do mais, nem sabemos se estamos a falar da mesma pessoa. Calculo que Laias existirão muitas, estamos na Catalunha...
- Não há margem de dúvidas. A Laia de que falas, é a minha irmã e esteve ontem na praia toda a noite, enquanto a procurávamos como loucos. Não tem remédio esta miúda, só se mete em apuros...O azar é que desta vez, foi vista por um pescador amigo do meu pai, nos braços de um estranho que, se não me engano, serás tu...!
-Sim, era eu...mas deixa-me explicar...
Nesta altura, apenas se sentiu cair para trás, pelo golpe de punho que o rapaz lhe havia investido. Quando se recuperou estava só e do rapaz nem rastro, nenhuma mensagem escrita na parede, nem em parte alguma. E agora, o que faria? Optou por continuar a procurar pelas ruas do porto que até àquele momento não lhe oferecera mais que hostilidade. Não conseguindo encontrar o que buscava, resolveu voltar à praia onde encontrara Laia, e qual não foi o seu espanto, quando junto à embarcação, avistou uma jovem que, se não se enganava, era precisamente ela.
Reunindo as poucas forças que lhe restavam, correu na sua direcção, chamando pelo nome que deste aquela madrugada o obsessionava, mas a jovem parecia não escutar a sua voz. Apenas olhava a maré que subia e descia, enquanto esperava. Quem seria então esta misteriosa criatura? Que segredo guardaria no envelope que naquele momento lhe estendia com um sorriso?
Quando foi despertado pelos primeiros raios de sol, descobriu que a névoa já se levantara, sem deixar qualquer rastro. O mesmo pensava ter acontecido com a bela jovem que encontrara na noite anterior. Foi então que leu, escrito na areia: "Carrer d'Albert del Castillo, nº 4, ass: Laia". Decide rumar em direcção às casas de pescadores tentando não esquecer a morada, já que aquele nome jamais conseguiria apagar da sua memória. O mesmo passaria com a intensidade do olhar que naquela noite o havia enfeitiçado.
Ao chegar às primeiras casas deparou-se com um silêncio pouco usual para aquela hora da manhã. As ruas que percorria estavam tão desertas que podia sentir os próprios passos. Quando estava seguro de se encontrar numa vila fantasma, reparou num bar aberto, de onde saía um ligeiro odor a café.
- O que faz por aqui?- perguntou uma senhora com cara de poucos amigos, que deveria rondar os 60 anos.
-Procuro o Carrer Albert del Castillo...pode ajudar-me?
- Por que demónios, procura essa rua? Se aí não há mais que quatro casas onde já não mora ninguém? Não me diga que é desses que vem da cidade...e....melhor esquecer, aqui nada está à venda!!
-Esteja descansada, venho em missão de paz, apenas quero cumprimentar uma pessoa amiga...
Pensou explicar-lhe o que o levara até ali, mas optou por pedir-lhe uma cerveja fresca e ignorar a má disposição desta anfitriã. Ao sair deixou-se levar pelo instinto, buscando em cada placa sinais do paradeiro da inquietante jovem. Após algumas horas deambulando pelo labirinto de ruas estreitas, foi surpreendido por um simpático rapaz que ofereceu-se para guiá-lo. Quando lhe perguntou se conhecia Laia, o rapaz ficou sério e bombardeou-o com uma série de perguntas, adoptando uma postura bastante mais agressiva.
- Laia? Como a conheces? E o que queres dela? Mas, afinal de contas, quem és tu?
- Não sei se estamos a falar da mesma pessoa....mas, posso dizer-te que é uma história um pouco curiosa, digamos que ontem quando atraquei perto da praia, Laia foi a única pessoa que encontrei no meio de toda aquela névoa...
-Ah! Então era contigo que ela estava. Que lhe fizeste, meu f....da...p....??? - perguntava o rapaz que momentos antes parecia ser a mais pacífica e dócil criatura.
- Tem calma. Deixa-me explicar...além do mais, nem sabemos se estamos a falar da mesma pessoa. Calculo que Laias existirão muitas, estamos na Catalunha...
- Não há margem de dúvidas. A Laia de que falas, é a minha irmã e esteve ontem na praia toda a noite, enquanto a procurávamos como loucos. Não tem remédio esta miúda, só se mete em apuros...O azar é que desta vez, foi vista por um pescador amigo do meu pai, nos braços de um estranho que, se não me engano, serás tu...!
-Sim, era eu...mas deixa-me explicar...
Nesta altura, apenas se sentiu cair para trás, pelo golpe de punho que o rapaz lhe havia investido. Quando se recuperou estava só e do rapaz nem rastro, nenhuma mensagem escrita na parede, nem em parte alguma. E agora, o que faria? Optou por continuar a procurar pelas ruas do porto que até àquele momento não lhe oferecera mais que hostilidade. Não conseguindo encontrar o que buscava, resolveu voltar à praia onde encontrara Laia, e qual não foi o seu espanto, quando junto à embarcação, avistou uma jovem que, se não se enganava, era precisamente ela.
Reunindo as poucas forças que lhe restavam, correu na sua direcção, chamando pelo nome que deste aquela madrugada o obsessionava, mas a jovem parecia não escutar a sua voz. Apenas olhava a maré que subia e descia, enquanto esperava. Quem seria então esta misteriosa criatura? Que segredo guardaria no envelope que naquele momento lhe estendia com um sorriso?
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